Voltar a acreditar no amor.
Num contorcer de recusa, forçando os passos para retaguarda
e ondulando a cabeça em rotação de rejeição.
Não, não quero voltar a amar.
Não é por sentir os órgãos do meu corpo em constante
frenesim, ora de frio, ora de medo, ora de bater de asas de insectos.
Não quero voltar a sentir.
Não é pela sêca angustia estacionada no fundo da garganta, aguardando
a resposta que tarda da pergunta por proferir.
Quero respirar.
Não é pelo meu corpo hirto, suspenso na cura que chegara num
afecto.
Liberta me
Não é pela lagrima ou pelo sorriso que numa disputa de
protagonismo, se excedem sem permissão.
Devolve me
A essência que me abandonou para se unir a si mesma em ti.
Dolo.
Oca de mim, agasalho o frágil e dolorido desencanto que á
porta da rejeição mendiga.