quarta-feira, 16 de novembro de 2016

 
Cura.
 
Meu passado deixo, em poças de encanto salgado,
nos passos de vida que teima em mover se.
Doloroso desapego rasteja,
parasitando nas lembranças amadas.
Sigo na neblina dormente da dor,
Qua tolda o horizonte.
 

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Voltar a acreditar no amor.
 

Num contorcer de recusa, forçando os passos para retaguarda e ondulando a cabeça em rotação de rejeição.
Não, não quero voltar a amar.
Não é por sentir os órgãos do meu corpo em constante frenesim, ora de frio, ora de medo, ora de bater de asas de insectos.
Não quero voltar a sentir.
Não é pela sêca angustia estacionada no fundo da garganta, aguardando a resposta que tarda da pergunta por proferir.
Quero respirar.
Não é pelo meu corpo hirto, suspenso na cura que chegara num afecto.
Liberta me
Não é pela lagrima ou pelo sorriso que numa disputa de protagonismo, se excedem sem permissão.
Devolve me
A essência que me abandonou para se unir a si mesma em ti.
Dolo.
Oca de mim, agasalho o frágil e dolorido desencanto que á porta da rejeição mendiga.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

                                             
                         And so many times, saw love came to an end...

terça-feira, 19 de julho de 2016

                                                    
                              Ao luar melancólico, dedilho asas de retorno.






segunda-feira, 18 de julho de 2016




Auto biografia




 
O sonho a contra luz,
A esperança exposta,
A expectativa ondulante,
Ousadia assumida.
Entardece.
A duvida das sombras,
A quietude da desilusão,
O entorpecer do crer.
Fazedor de quimeras.
 

quarta-feira, 6 de julho de 2016

AURORA INTEMPORAL


Quero voltar a nascer. Nascer com quase cinquenta anos. Quero ouvir as pessoas dizer, olha que lindas estas rugas de tristeza e amargura. Olha estes trilhos no rosto feito pelas imensas lagrimas vertidas em noites infindáveis. Que lindos lábios finos contraídos pelas dores físicas que sofreu em silencio.

Quero voltar a amar. Voltar a amar com quase cinquenta anos. Quero saber dizer, olha meu amor, sem roçar as cicatrizes da tristeza e amargura. Quero saber dizer, vem meu amor, e que estes trilhos não nos assombrem os dias. Quero colocar finos sorrisos nos lábios emudecidos pela felicidade.
A VIDA EM SEPIA


Gostaria tanto de ser feliz. E tu fazes me feliz. Mas então porque não sou feliz? A felicidade é espontânea ou fruto do comando da razão? Meu amor, é expressão que deveria trazer borboletas no estomago e não trazer amargas lembranças de um amor que acabou. Onde encontro um manual que me faça distinguir um amor do outro. Sim. Um amor que acabou mas que foi um dia, meu amor, my love, my angel, together for ever. E agora surge em meus ouvidos, ouvidos ainda com o eco de promessas de final feliz, uma melodia doce que me cativa no seu relato de novas alvoradas orvalhas e verdes. Em que curso intensivo me inscrevo onde aprenda a reescrever a minha esperança? Que work shop online me revela o segredo do ressurgir? Não o ressurgir fashion, onde se aprende a caminhar colocando capas de grife do ultimo grito da revista de auto ajuda instantânea. Capas em godé pink para o orgulho quebrado. Encharpes em estampado floral, para enrolar o abandono. E sim, sempre o vestido preto justo que revele as curvas mas nunca a humilhação.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Inconformidade...

Tempo de cura.
 Tempo de virar a ultima pagina.
 Encerrar o livro.
 Ler a palavra fim.
Li, relutante, a palavra fim. Fechei a contra capa e fiquei assim de olhar perdido no nada, a acariciar a textura dura e aveludada do livro.
Uma tristeza morna instalou se na minha pele, como espectadora crítica do review. Beijos e abraços, risos e lagrimas, medos e esperanças, desfilaram em descontrolo na linha descontínua da memória rápida e sôfrega do primeiro resumo. Fora o final previsível mas não o desejado. A boca entreabre se, a caricia no veludo cessa, a tristeza aconchega. A esperança romântica do final feliz, adentra intrusa mas paginas memorizadas e quer forçar o desfecho.
 E desfia o rosário de “ses”.